15 de janeiro de 2007

São os Rebanhos...

Cada vez mais, vivemos tão absorvidos pela nossa rotina que deixamos passar ao lado a nossa vida. Chegamos à velhice preenchidos por um vazio de quem não se deu conta da passagem do tempo de concretizar os planos e projectos que em alguns momentos mais luminosos e lúcidos sonhámos realizar.De repente aquilo que nos era mais seguro, o ter tempo, o deixar para amanhã, desapareceu.
Vivemos num rodopio provocado por um manancial de estimulos, que nada mais fazem, do que nos desviar daquilo que mais importa: nós próprios e um sentido para a vida(desculpem a redondância).
Esta superficialidade já está tao implantadada na nossa consciência que raramente damos conta dela.
Muitos de nós fugimos à responsabilidade de saber: de viver não só como actor principal mas também como espectador. E é isso que é mais dificil: parar e vermos quem somos e o que é que temos vindo a construir à nossa volta.
E por isso vivemos numa sociedade que nos facilia essa fuga, através de mecanismos de distracção e de evasão. Mas mais uma vez gostaria de sublinhar que esses mecanismos estão de tal forma entranhados na estrutura do nosso pensamento que nem sequer nos damos conta de que estamos a ser levados pela corrente. Se olharmos para as linhas grossas da vida da maioria das pessoas, vemos o nascimento, a entrada para a escola, para a faculdade ou o trabalho, os namoros o casamento, os filhos a reforma, e pronto. Acabou! Pelo menos a nossa estadia na terra. Eu so pergunto, MAS O QUE E ISTO??? Esta tudo preparadinho, a papinha esta toda feita. Os caminhos estao traçados. Só é preciso segui -los. Sem os questionar. Sim, porque se os questionas, para alem de sofreres, sofres sozinho, porque ainda são uma minoria, aqueles que procurando-se e procurando descobrir o homem, fogem áquilo que ficou estabelecido como a norma.
Só gostaria de chamar a atenção como todo este facilitismo e superficialidade está a começar a ser a nossa maneira de pensar, ou melhor, de ser, porque nem isso é pensado.

4 comentários:

Marta Ceia disse...

Já não é preciso aprender a viver; agora é preciso querer viver, fazer mais do que nos é pedido e daquilo que nos é dado.Um bem haja à minha fellow tertuliana por nos ter adoçado com esta reflexão tão lúcida mas também preocupante visto espelhar o modo de vida de alguns.Adorei

LeiteCreme disse...

colega tertuliano ,venho por este meio mostrar o meu agrado pela sua brilhante iniciacao neste cantinho bloguistico! kk coisa q possa dizer sobre o blog nao vai chegar aos pes das duas palhavras! E de veres um comment muito lucido, mas recorrendo as palvras de minha sabia amiga jones sem duvida muito preocupante!

Romã disse...

gostaria de felicitar-te por tão brihante entrada neste Mundinho cibernautico. e depois, concordo grandemente com o que disseste. e diria mais, explanaste tudo aquilo que não quero para mim, esse caminho já pre-concebido de nascimento, escola, faculdade, emprego, casamento, morte. esse insabor de rota faz-me comichão e esses meios utilizados para evasão têm, para mim, uma semelhança enorme com os dos regimes de ditadura. e isso é realmente grave...!

Colesterol disse...

Acredito que este postzinho aqui neste pequeno e recatado blog, possa ser o início de algo grande. Sim, porque mais do que agir, é preciso pensar. É preciso mudar-se visceralmente o pensamento e acreditar-se profundamente nessa mudança. Gosto de acreditar que cada uma destas tertulianas caminha mais perto dessa mudança. (coisas terríveis, estas)