27 de janeiro de 2007

Censura Acusada de Ser Liberal

"O Egipto é o único país no mundo em que o chefe da censura, Ali Abu Chadi, é acusado de liberalismo pelo parlamento". Isto vem na sequência de uma notícia publicada na revista do Diário de Notícias onde informa que uma actriz egípcia declarou que utilizará o véu nas filmagens que já tinham levantado polémica quando uma família exigiu o corte de uma cena de beijo ao invadir a sala do projeccionista.
Também no Egipto, cinquenta e dois homens foram a julgamento acusados de serem homossexuais. O Governo declarou que "os homossexuais não deveriam ser sujeitos a nenhuma forma de discriminação", o que não impede que estes continuem a estar sujeitos a torturas ou agressões e mesmo novas acusações como "devassidão costumeira" (apelo da Amnistia Internacional de 2002).
Acho incrível como um país que assinou a Declaração Universal dos Direitos do Homem perpetue actos que vão contra tudo o que está estipulado no documento. Mas o mais grave é a impassibilidade do mundo (e sobretudo da Europa) que observa estes abusos sem se pronunciar. Salienta-se o papel de certas organizações não-governamentais sem propósitos lucrativos, que defendem e desmascaram estes casos.
Em pleno século XXI, era esperado um pouco menos de hipocrisia e um pouco mais de acção. Afinal, grita-se que defendemos a liberdade e os direitos dos Homens mas, no fim de contas, são apenas gritos.

3 comentários:

Romã disse...

so venho dar graças a Deus por o Cláudio Ramos ter nascido em Portugal! se fosse no Egipto a esta hora já estaria a ser torturado e impossibilitado de mandar os comentários sensacionais que manda!

Jovem solitário que apreciava ser internado num lar disse...

cara amiga Jones, concordo com as tuas afirmações, mas não consigo evitar dizer isto, quando questionas a impassividade europeia.

Voa para os EUA, um país cujo desenvolvimento ninguém questionará (ou então sim), onde um grupo sem nome, que contudo alguém já baptizou de Major Force(será dificíl encontrar informação sobre ele, pois toda foi astutamente ocultada) se dedica a perseguir, espancar e matar homossexuais.
Não conheçimento de nenhum deles detido, e até se fala em colaboração da polícia estatal com os actos do grupo.
No mesmo país, todos conhecemos o KKK, que apesar da fama continua activo, seria mais difícil, desarmar um grupo de individúos com sacos na cabeça, do que encontrar um chefe de um regime escondido num bunker no deserto iraquiano?

Marta Ceia disse...

meu muito caro amigo que apreciavas (e deverias) ser internado,antes de mais gostaria de me desculpar por só agora responder ao teu comment, mas a tem c destas coisas que nos fazem não ter tempo para fazermos o que realmente gostaríamos.
Voltando à questão que aqui me trouxe, ao falar na Europa não era a minha intenção restringir o papel de "mau da fita" (perdoa-me a expressão pouco técnica) ao nosso continente. É do meu conhecimento que acções como tu descreves se passam nessa terra a que chamam de "lar de Democracia". O meu ponto é apenas que eu sou europeia e, por isso, critico o que está mais ao meu alcance (porque a Europa também fala que defende a liberdade mas depois não faz nada).Quanto à pergunta "seria mais difícil desarmar um grupo de indivíduos com sacos na cabeça do que encontrar um chefe de regime escondido num bunker no deserto", é claro que era.....mas um chefe iraquiano dá muito mais vantagens do que um grupos de indivíduos de pijama